Quando acordo entristecida,
Recosto-me nas grades da sacada
E observo o sol lentamente nascente.
A cidade vai acordando
E, sob os raios matinais,
Objetos outrora invisíveis
Agora me parecem reais.
Penso, então,
Quanta flor de alegria
Ainda pode haver na vida
Imersa na escuridão
De minha ignorância sem par.
Mas se a solidão por vezes castiga
Uma lágrima eu vejo alagar
Meus sulcos secretos da alma.
E quando mais julgo estar sozinha
De completa e seleta solidão vencida,
Um beija-flor vem-me ao encontro
E de pronto me beija a lágrima
Que por minha face escorre.
O pássaro, tão pequenino e frágil,
Envenenado de minha tristeza,
Não morre:Transforma a dor em beleza.
À minha alma um beija-flor socorre.
Nara Rúbia Ribeiro.
Que lindo amiga,tua lágrima é doce...como você!
ResponderExcluir