domingo, 1 de novembro de 2009

A Fonte


Tive sede.

Caminhei por desertos sombrios,

Por planícies medonhas

E por trincheiras de puro abandono.


O suor me banhava a face,

Misturando-se à poeira do caminho,

No que formava-me um lamaçal frontal

Peculiarmente meu.


Vislumbrei uma fonte de água cristalina.

Fluído de rochas semi-transparentes e límpidas.
E tal foi o encantamento


Ante a providencial visão,

Que quedei, reticente... silente,

Em perene contemplação.


Alguns momentos após,

Ao prosseguir no caminho,

Atônita, então, percebi

Que daquelas água não bebi.


Mas constatei, isto é certo,

Ao observar minha humana emoção,

Que as águas do fluído eterno

Eu bem sorvera em meu coração.



Nara Rúbia Ribeiro.

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