Tive sede.
Caminhei por desertos sombrios,
Por planícies medonhas
E por trincheiras de puro abandono.
O suor me banhava a face,
Misturando-se à poeira do caminho,
No que formava-me um lamaçal frontal
Peculiarmente meu.
Vislumbrei uma fonte de água cristalina.
Fluído de rochas semi-transparentes e límpidas.
E tal foi o encantamento
Ante a providencial visão,
Que quedei, reticente... silente,
Em perene contemplação.
Alguns momentos após,
Ao prosseguir no caminho,
Atônita, então, percebi
Que daquelas água não bebi.
Mas constatei, isto é certo,
Ao observar minha humana emoção,
Que as águas do fluído eterno
Eu bem sorvera em meu coração.
Nara Rúbia Ribeiro.
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