domingo, 1 de novembro de 2009

Não Temas


Não temas.

Espero-te na curva do rio.

As corredeiras são certas,

Os pedregulhos, pontiagudos,

Mas não temas,

Espero-te na curva do rio.


Não te exasperes da força das águas,

Da bravura dos ventos

E não chores ou grites:

Poupa teus pulmões,

Pois muitos mergulhos farás.


Ao seres levado pela força das águas,

Persevera a nadar e lembra-te:

Todas as águas do mundo

Deságuam em teu próprio mar.


Ao te atritarem as rochas,

Tenha calma!!!

O diamante que o atrito evita

Não recebe lapidação.


Ao te ensurdecerem o rugir dos ventos,

Não atente ao que eles disserem.

Ouça as vozes silentes

Que o incitam a não murmurar,

A não regredir, a jamais regressar.


Ao caíres nas quedas d’água gigantes:

VOOOOOAAA!!!!

Faça ruflar tuas asas,

Esperto-te na curva para prestigiar tal instante!

E saibas que nunca mais

Serás como antes.



Nara Rúbia Ribeiro.

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