Não temas.
Espero-te na curva do rio.
As corredeiras são certas,
Os pedregulhos, pontiagudos,
Mas não temas,
Espero-te na curva do rio.
Não te exasperes da força das águas,
Da bravura dos ventos
E não chores ou grites:
Poupa teus pulmões,
Pois muitos mergulhos farás.
Ao seres levado pela força das águas,
Persevera a nadar e lembra-te:
Todas as águas do mundo
Deságuam em teu próprio mar.
Ao te atritarem as rochas,
Tenha calma!!!
O diamante que o atrito evita
Não recebe lapidação.
Ao te ensurdecerem o rugir dos ventos,
Não atente ao que eles disserem.
Ouça as vozes silentes
Que o incitam a não murmurar,
A não regredir, a jamais regressar.
Ao caíres nas quedas d’água gigantes:
VOOOOOAAA!!!!
Faça ruflar tuas asas,
Esperto-te na curva para prestigiar tal instante!
E saibas que nunca mais
Serás como antes.
Nara Rúbia Ribeiro.
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